Os comportamentos antissociais, coletivos ou individuais, sempre foram motivo de grande curiosidade em diversos campos do conhecimento humano. O crescente interesse pelo tema perpassa pela arte, pela mídia e também pelas inúmeras produções de entretenimento, como filmes e seriados. Contudo, é reduzido o número de obras e espaços de discussão que se debruçam sobre uma compreensão mais profunda a respeito da gênese e dos fatores de manutenção desses comportamentos opositivos. Nesse ínterim, este livro apresenta, pautado nos pressupostos psicanalíticos de Winnicott a respeito da tendência antissocial infantil e no uso de técnicas projetivas, estudos de caso sobre famílias em que as mães se queixavam de constantes comportamentos antissociais de seus filhos que haviam passado por experiências de perda do pai. De forma evidente, o intuito desta obra não é propor generalizações para outros casos de tendência antissocial infantil e/ou de experiências de ausência, privação ou perda do genitor. O objetivo dos debates psicanalíticos e diálogos intersubjetivos aqui realizados visa somente possibilitar novos olhares sobre o tema, assim como contribuir para o diálogo construtivo a respeito da implicação do oferecimento, ao longo do desenvolvimento infantil, de confiança, afeto e estabilidade no ambiente familiar, independentemente de sua configuração. Aprovado pelos autores.